Você tem uma soma razoável na conta corrente mas sabe que, em pouco tempo, terá que utilizá-la? Mesmo assim, com um horizonte de 30 dias ou menos, vale a pena investir. Nesse caso, uma boa estratégia é o título público Tesouro Selic, também conhecido como Letra Financeira do Tesouro (LTF). Trata-se de um investimento que, como diz o nome, segue a variação da taxa Selic, a taxa de juros básica da economia.
“O risco é zero, o rendimento é diário e o resgate pode ser feito semanalmente. A rentabilidade depende do prazo pelo qual você mantiver o título guardado”, explica Marcello Gonella, professor do curso de Administração da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.
O fluxo de pagamento do Tesouro Selic é o mais simples possível: basta fazer a aplicação e, na data de vencimento do título, receberá o valor investido somado à rentabilidade. O lucro é menor se comparado a outros títulos públicos, mas há os benefícios de não correr riscos e de não perder dinheiro se precisar retirar o montante antes da data programada.
Já as opções de renda variável, como as ações de empresas em bolsa de valores, devem ser evitadas por quem tem pouco tempo para deixar o dinheiro investido. Nesse caso, há um objetivo pré-determinado para a soma que está temporariamente guardada e não se pode correr o risco de perdê-la por conta de uma oscilação do mercado.
Disciplina ao poupar
Antes de investir dinheiro em curto prazo - ou mesmo em médio e longo prazos - é preciso programar-se. De nada adianta depositar um valor em um bom fundo de renda fixa e uma semana depois descobrir que precisará resgatá-lo para cobrir a conta corrente ou pagar a fatura do cartão de crédito. “O ideal é ter uma reserva financeira para não mexer na aplicação antes do prazo determinado”, diz o educador financeiro Pedro Braggio. Só assim o seu dinheiro renderá mais.
Além disso, gastar menos do que ganha ainda é o melhor conselho que você poderá receber sobre finanças. Os especialistas recomendam que as despesas não ultrapassem 80% do salário líquido, o valor que cai na conta corrente, já descontados todos os impostos. O restante deve ser dividido para aplicações, com três finalidades: reserva de curto prazo para imprevistos e emergências (conserto do carro, manutenção da casa ou problema de saúde), reserva de médio prazo para a realização de projetos como a compra de uma casa ou uma viagem de férias e reserva de longo prazo para a tão sonhada aposentadoria.