O cheque especial é um dos grandes vilões de quem hoje se encontra endividado. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os juros do cheque especial em fevereiro de 2019 foram de 13,44%. Esse percentual só não é superior aos juros rotativos do cartão de crédito, que em 2018 foi de 303% ao ano.
Quem não quer, em hipótese alguma, recorrer a esse recurso e arcar com encargos tão pesados precisa ficar atento aos hábitos que podem levar a isso. Hoje apresentaremos quais são eles e como evitá-los. Acompanhe!
Ausência de poupança
O Brasil é reconhecido como um país que não possui uma cultura consolidada de poupança. Isso significa que a maior parte da população compromete toda a sua renda custeando alimentação, transporte, moradia e tudo quanto mais for necessário para sobreviver, sem contar com um fundo de reserva para emergências.
E como todos nós sabemos, a vida é repleta de percalços. Quem, por exemplo, nunca fez um mau negócio e comprometeu uma parte importante do próprio patrimônio? Ou, ainda, teve gastos inesperados com saúde, seja consigo ou com um parente adoentado?
Eventos como esses acontecem com alguma regularidade e se você não contar com uma poupança para fazer frente a essas despesas, será preciso contratar crédito no mercado ou cair no cheque especial, que está lá, todos os meses, esperando que você faça uso dele.
Compras a prazo além da medida
Para muitas famílias, comprar a prazo é uma das únicas opções viáveis para adquirir determinados bens de consumo, como comprar mobília nova para a casa ou pagar por aquela viagem para o litoral. Para quem sabe usar, esse recurso representa uma ajuda e tanto.
O problema começa quando se compromete a maior parte da própria renda com parcelas dos itens adquiridos. Compra após compra, menos recursos restam para fazer frente às outras despesas correntes e mais próximo você estará do cheque especial.
Para não correr esse tipo de risco, o ideal é nunca ultrapassar o limite de 30% do próprio salário com compras a prazo. Esse teto lhe ajudará a organizar suas finanças com uma boa margem de segurança.
Falta de planejamento
De forma mais ampla, a falta de planejamento é a raiz de todo problema financeiro. Isso porque quem não trabalha com uma previsibilidade de receitas e despesas fica refém de eventualidades que podem trazer complicações sérias ao próprio orçamento.
Como exemplo, podemos citar o início de ano, período em que há uma grande concentração de compromissos financeiros para maior parte das pessoas. Durante os meses de janeiro, fevereiro e março vencem impostos como IPTU e IPVA, é preciso pagar pelo material escolar e pelos livros filhos, renovar o seguro veicular e ainda, se sobrar, viajar com a família.
Agora, imagine quem não costuma se programar financeiramente para esses períodos? As dificuldades são certas, não é mesmo? E mais uma vez corre-se o risco de utilizar o cheque especial para cobrir tantas despesas.
O ideal, portanto, é sempre projetar quais serão suas receitas e despesas dos meses seguintes. Esse é o mínimo que deve ser feito para quem pensa em ter o mínimo de planejamento financeiro.