Mulheres são minoria em investimentos

Ainda que grandes profissionais, mulheres não alcançam grande percentual no mercado financeiro

Apesar do exponencial crescimento feminino nas atividades profissionais, quando o assunto é investimento financeiro, as mulheres continuam marcando menos presença. Rodeadas de conquistas ao longo dos anos – especialmente quando é fresca na memória a lembrança de que ainda na década de 40, elas não podiam nem mesmo trabalhar – falta ainda uma presença mais constante no provimento financeiro gerado pelo investimento dos rendimentos ao longo dos anos. O preconceito em torno de mulheres operando fundos econômicos é fortemente registrado por dados da década de 1960.

Na bolsa de valores, por exemplo, somente nos últimos três anos, registros da categoria feminina na área subiram de 180 mil mulheres para 800 mil, demonstrando que a proporção de investidoras nunca foi tão grande como na atualidade. E, muito embora o crescimento seja impressionante, elas ainda são minoria na função, o que demonstra um avanço lento na profissão.

Em contraponto ao fato de serem a maioria da população brasileira (51,1%), segundo dados do IBGE, dentro de operações na B3, por exemplo, representam o ínfimo percentual de 26,7% do total de investidores e 32,6% no Tesouro Direto.

Na bolsa, dentro dos últimos dez anos, ainda que o número de aderências pareça elevado, a participação feminina aumentou um ponto percentual, apenas. Em 2012, 25,3% e em 2019, 26,7%.

A esperança da reforma feminina no campo de atuação financeiro, está na sugestão de que desde os dados registrados em 2019, a perspectiva aumente a cada ano.

Os desafios sobre o tema vão além de dados estatísticos sobre funções em investimento: embora passem mais anos estudando e frequentem mais assiduamente a escola, segundo dados da “Estatística de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, promovido pelo IBGE, as mulheres recebiam à ocasião 77,7% do rendimento dos homens, também no ano de 2019.

O saldo de abertura e fechamento de vagas na carteira de investimentos é negativo para mulheres no ano de 2020, mas, positivo para homens, como especifica o Cadastro Geral de Empregos (CAGED), enquanto sua rotina diária em casa ultrapassa 10h de jornada em relação a homens, como aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

Os dados sugerem que a sobrecarga com a função doméstica pode ser a responsável pela falta de tempo e interesse de mulheres em estudarem e aderirem ao mercado financeiro, considerando que acumulariam, desta forma, mais uma função de longa jornada.

Com a majoritariedade masculina atuando no mercado financeiro, corretoras pouco tentavam comunicar-se com mulheres para incluí-las como profissionais ou clientes. Porém, após a revelação dos dados, assessorias passaram a ser promovidas para organizar encontros e especializar empresas ao atendimento feminino para merecido ingresso ao mundo do investidor.

Tags: investimentos mulheres

Veja mais